Valor médio do Microcrédito Produtivo Orientado sobe 38% após pandemia

Existente desde 2005 para incentivar a geração de emprego por microempreendedores populares com juros baixos, o Microcrédito Produtivo Orientado (MPO) experimentou uma mudança de perfil após a pandemia de covid-19. Segundo estudo do Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (Ceape Brasil), entidade associado ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o valor médio dos empréstimos subiu 38,5% entre o primeiro semestre de 2019 e o mesmo período deste ano, impulsionado pelo setor de serviços e pelo público jovem.

A pesquisa foi aplicada sobre a base de 26 mil clientes ativos do Ceape Brasil em quatro estados: Maranhão, Tocantins, Pará e São Paulo. No ano anterior à pandemia, o tíquete médio (valor médio pedido) estava em R$ 4.811,97. Nos seis primeiros meses de 2023, o valor estava em R$ 6,667,79. Em relação aos segmentos financiados, o comércio continua a liderar, mas perde participação.

Em 2016, segundo a Ceape Brasil, 86% dos empréstimos subsidiavam projetos voltados ao comércio. A fatia caiu para 84% em 2019 e para 82% em 2023. Em contrapartida, as iniciativas relacionadas à prestação de serviços, que totalizavam apenas 2% em 2016, subiram para 6% em 2019 e para 8% neste ano.

Segundo a Ceape Brasil, os dados sugerem um amadurecimento do público sobre as possibilidades oferecidas pelo Microcrédito Produtivo Orientado. Os financiamentos com juros reduzidos passaram a ser usados em projetos de longo prazo com perspectivas de desenvolvimento sustentável, em vez de apenas ser usado como suporte para vender algo. Além disso, em maio de 2020, no início da pandemia de covid-19, foi autorizada a orientação técnica não presencial para a concessão de empréstimos, o que estimulou os pedidos de crédito.

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