O relógio marca 12h15. A confeiteira Renata Pereira Rosa está em sua casa, situada no Bairro Ocian. Seu filho, João Pedro Pereira Sousa, anda a residência de um lado para o outro enquanto termina de se arrumar. Neste interim, a mãe segura o celular onde acompanha em um mapa o trajeto percorrido pelo transporte escolar. O ônibus começa a descer a rua onde moram. 12h20, hora de ir! Sousa pega a mochila e os dois rumam ao ponto de embarque que fica bem na esquina. O aluno entra no veículo e segue para a EM Sérgio Vieira de Mello. Renata continua a conferir no aplicativo todo o trajeto até a unidade.
Essa é a rotina diária que a Secretaria de Educação (Seduc) proporciona a Renata e seu filho, assim como, a mais 167 alunos público-alvo da Educação Especial. Desde o início do ano letivo, a pasta municipal disponibilizou aplicativo Ceiba II que permite as famílias dos estudantes acompanhar todo o trajeto do transporte de casa para escola e vice-versa. O objetivo foi de facilitar para os pais e responsáveis a logística de deslocamento até onde ocorre o ponto de embarque e desembarque.
Renata foi uma das que aprovaram a iniciativa. Portador de transtorno do espectro autista (TEA), Sousa é um menino agitado. De acordo com a mãe, antes do aplicativo, eles precisavam ficar com o portão da residência aberto para verificar a chegada do ônibus. Com isso, o filho corria para a rua o que poderia ocasionar algum acidente. Outro aspecto apontado por ela diz respeito praticidade relacionada aos dias de chuva que os dois só saem quando o veículo está no ponto de embarque.
“É uma mão na roda para as famílias, pois conseguem acompanhar onde o veículo se encontra. Antes mandávamos mensagens no grupo do Whatsapp para que os demais pudessem saber se ia demorar ou chegar no horário”, lembrou a confeiteira. “Para nós, o ponto de embarque é na esquina o que facilita muito para a gente. Mas em alguns casos, por conta da logística da rua e do trajeto do transporte, o ônibus passa há duas/três quadras da residência. Com o aplicativo sabemos o momento exato que ele vai chegar”.
Processo – O transporte escolar é oferecido pela Secretaria de Educação para os alunos que estudam nas duas unidades de Educação Especial, as EMs Sérgio Vieira de Mello (Bairro Maracanã), onde Sousa estuda, e Anahy Navarro Trovão (Boqueirão). Segundo o diretor da Divisão de Transportes, Robson Imbernon Cortez, a inserção do aplicativo veio junto com a instalação das câmeras de monitoramento no interior dos veículos, por meio de parceria com a Secretaria de Planejamento (Seplan).
O próximo passo será a ampliação do atendimento, inserindo os 33 alunos da educação especial matriculados nas escolas municipais e estaduais. “Atendemos estudantes diagnosticados com diferentes deficiências. Quando um deles se descontrola acarreta em um atraso de 30 a 50 minutos que é o tempo que a equipe que acompanha o transporte precisa para acalmá-lo novamente. Isso acaba atrasando a chegada do ônibus e interferindo na rotina das famílias”, explicou Cortez.
“Primeiro colocamos as câmeras para auxiliar neste monitoramento. Na sequência, implementamos o aplicativo”, destacou o diretor da Divisão de Transportes. “E esse acompanhamento facilitou muito a rotina das famílias. Pois eles sabem exatamente onde o veículo está e quanto tempo tem até chegar no ponto de embarque. Isso evita que os pais e os estudantes fiquem expostos ao sol ou a chuva por muito tempo. Além da praticidade, traz também um conforto a eles”.
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