São Paulo: Capital e interior do estado sem transporte nesta terça-feira

O transporte de passageiros e carga sofrerá um baque nesta terça-feira (20) na capital paulista e nos demais 644 municípios do interior e litoral do estado.

Os motoristas e outros profissionais das empresas de ônibus urbanos, interurbanos, interestaduais, de carga e até de aplicativos e táxis anunciam uma ‘parada sanitária’.

Eles querem ser incluídos nos programas estadual e municipais de vacinação contra a covid-19, mas ainda não receberam parecer favorável das autoridades.

Na terça-feira (13), o secretário estadual de desenvolvimento regional, Marco Vinholi, recebeu dirigentes sindicais da categoria, no palácio dos Bandeirantes, e ouviu a reivindicação.

O presidente da federação dos trabalhadores em transportes rodoviários do estado (Fttresp), Valdir de Souza Pestana, considera que a reunião“foi  positiva”.

Sugestão aos prefeitos

“Infelizmente, porém, até agora não tivemos uma resposta satisfatória”, lamenta o sindicalista. Segundo ele, o governo apenas sugeriu que os sindicatos procurem as prefeituras.

E foi isso que os dirigentes da categoria fizeram durante a semana, mas sempre ouvindo dos prefeitos que o programa de vacinação depende do governo estadual.

Baseado no fato de que o governador João Dória (PSDB) autorizou a vacinação dos trabalhadores do metrô e dos ferroviários ligados ao estado, Pestana pergunta por que os prefeitos não fazem o mesmo.

“Se  a maioria dos prefeitos diz ser a favor, por que não seguem o exemplo do governador, vacinando o pessoal das empresas de transportes coletivos, não é mesmo?”.

Contaminam suas famílias

Pestana pondera que os motoristas, cobradores, fiscais e outros rodoviários que trabalham diretamente com o público são os mais vulneráveis à contaminação.

Mas explica que os demais, como pessoal de limpeza, manutenção e administrativo também são contaminados indiretamente, por meio de contato com os veículos que rodam o dia inteiro.

Também presidente do sindicato de Santos, baixada santista e litoral, o dirigente explica que os rodoviários de carga, aplicativos e outros segmentos também têm sido atingidos.

Os dirigentes disseram a Vinholi e aos prefeitos que centenas de trabalhadores morreram por causa do contágio nos locais de trabalho e levaram a doença para suas casas.

Lutando pela vida

Lembraram que o contato com passageiros e clientes dos demais meios de transporte contamina a categoria e alertaram para o crescimento da pandemia no Brasil.

Como empresas e prefeituras recorreram à justiça contra o movimento, Pestana apela aos juízes que reflitam antes de impor condições de multas aos sindicatos.

“Não estamos em campanha de caráter econômico de data-base, mas sim em defesa da vida dos rodoviários e da população. É de vida que se trata, não de campanha salarial”, diz o sindicalista. Na baixada santista, ele esteve com os prefeitos de Santos, São Vicente e Guarujá. O presidente da federação explica que a ‘parada sanitária’ está ganhando apoios e adesões.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*