Especialista aponta quais são as apostas do marketing de influência para 2023

Microinfluenciadores e compatibilidade cada vez maior com as marcas e seus propósitos são destacados por Rafael Ventura, da NINE Comunicação

Nos últimos anos, o marketing de influência nunca esteve tão presente e gerou tantos resultados para as empresas: facilidade em captar a confiança dos consumidores; alcançar o público certo, impactando pessoas interessadas no nicho em que a pessoa atua; maior originalidade da marca; fortalecer a imagem da marca e gerar valor afetivo nos consumidores; potencializar os valores e a história da empresa; oferecer uma série de possibilidades de criação de conteúdo em que é possível explorar diferentes formatos, temas e características do produto ou serviço oferecido; aumento das conversões de venda e crescimento da presença online e apresentação da marca para uma grande quantidade de pessoas.

Essas razões são endossadas pelos números das pesquisas a respeito do assunto, demonstrando por inúmeros ângulos que essa realidade do marketing de influência veio para ficar em todo o mundo.

De acordo com estudo da multinacional de pesquisas Nielsen, os influenciadores digitais já somam 500 mil só no Brasil, com pelo menos 10 mil seguidores de todo o mundo.

“Sempre há espaço para todos em qualquer área. O importante é sempre ser original e se destacar. No marketing de influência também não é diferente. O mercado é muito promissor”, afirma Rafael Ventura, CEO da NINE Comunicação, agência especializada no gerenciamento de carreiras de influenciadores.

No País, uma pesquisa da Opinion Box revela que 55% dos internautas já compraram algum produto indicado por influenciadores digitais. Trinta e oito por cento das pessoas já queria adquirir a mercadoria e ver alguém testando e aprovando foi decisivo. Outros 27% precisavam do produto e observar o influenciador ou influenciadora ajudou a lembrar.

Não à toa o Brasil é o país em todo o mundo onde os influencers são mais relevantes na hora de comprar, segundo a plataforma Cupom Válido, com base em dados de Statista e Hootsuite.

Otimismo e tendências para 2023

O fenômeno, porém, é mundial. Basta recordar que o valor gasto no setor subiu de 6,4% em 2021 para 9,5% em 2022, de acordo com pesquisa feita pela empresa de consultoria Gartner, com CMOs e líderes de marketing de todo o globo. Sendo assim, a expectativa é de crescimento para 2023.

“Primeiro de tudo: é preciso saber com quem e o que quer se comunicar. Partindo desse princípio, criamos estratégias para atingir o público-alvo. Muitas vezes se pensa que o número de seguidores ou o engajamento precisam ser altos, mas isso é um mito”, analisa Ventura.

Os influencers e as empresas têm de ficar de olho nas tendências para o próximo ano quando o assunto é essa modalidade de marketing.

“Muitas vezes a gente olha um vídeo de um minuto e acha que é fácil fazer aquilo, mas o que a gente vê é apenas a ponta do iceberg, pois foram horas pensando em roteiro, com gravação e edição”, observa o CEO da NINE Comunicação.

Os microinfluenciadores, esses com menor número de seguidores, mas com público engajado, prometem dominar a cena no próximo ano. Até porque nem sempre é viável trabalhar com os grandes influenciadores.

“Trabalhamos muito com os microinfluenciadores nichados, principalmente quando se quer atingir um público de uma determinada região em específico. Um exemplo disso é uma campanha em que um app de entregas queria comunicar sobre os restaurantes locais. Fizemos um estudo para determinar quais os nomes que atingiriam aquele púbico, trabalhando principalmente com pessoas conhecidas naquelas regiões específicas. O resultado final foi um tremendo sucesso”, explica Ventura.

A compatibilidade entre marcas e influenciadores ganha ainda mais força. Assim, a busca por profissionais que tem os mesmos propósitos é cada vez maior. “São eles que intermediam essa relação do trabalho da empresa com o consumidor”, observa o CEO. E a esse engajamento se agrega os impactos positivos na sociedade que as marcas devem trazer, com o intuito de reforçar essa conexão.

Dentro desse raciocínio, os próprios colaboradores podem virar influenciadores, o que tem uma dupla serventia: expor um ambiente de trabalho saudável e criar proximidade com os consumidores, afinal é uma certeza de que todos os que participam vestem 100% a camisa da empresa por trabalharem nela. Em meio a isso, o metaverso e os influenciadores virtuais também crescem.

A necessidade de posicionamento dos influencers sobre qualquer assunto, do mais pueril ao mais complexo, também é importante para atingir os mais jovens, camada destacada do público que consome. “Abraçar as causas sociais já é uma tendência e essa demanda crescerá ainda mais, em especial na internet”, projeta Ventura.

Nada disso, porém, é empírico. É necessário estudo do mercado, pensando sempre em estar à frente, analisando tendências e resolvendo demandas antes que os concorrentes pensem nisso. A análise de dados faz parte desse processo.

“É muito importante conhecer sobre os algoritmos (os famosos robozinhos) das redes sociais, como quais postagens que mais entregam, melhores horários para postagens e outros aspectos”, afirma o CEO da Nine.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*