
Eles são a primeira e a última pessoa que você vê ao sair de um prédio. Responsáveis pelo controle de acesso ao condomínio, a presença dos porteiros ajuda a garantir uma sensação de segurança aos moradores e condôminos. E, mesmo com o avanço da tecnologia remota, a dedicação do porteiro mostra que a tendência não é o fim da função – mas a junção entre tecnologia e o fator humano, que enxerga além.
Um exemplo desta dedicação é o porteiro João Batista Nascimento Cortes, de 58 anos. O profissional, que atua há oito anos pela Embraps, empresa especializada em facilities para condomínios e empresas, conta que anteriormente trabalhava como vigilante, mas sentia falta de algo:
“Sempre gostei de trabalhar com o público, e a função de vigilante é um pouco fria, não tinha esse contato. Acabei me inspirando no meu cunhado, que na época já atuava como porteiro há 12 anos, e vi a satisfação dele de trabalhar nessa função”, conta.
O prédio em que João trabalha há quatro anos, no Gonzaga, possui moradias, apartamentos para temporada e até mesmo no Airbnbs. Ele conta que, apesar do maior fluxo de pessoas durante a alta temporada, aprendeu a lidar cedo com qualquer imprevisto. “Quando entrei na empresa, era reserva técnico, ou, funcionário coringa. Isso significa que, durante três anos, atuei durante o período noturno em vários prédios, passando por várias situações. Isso me deu muita experiência para lidar com qualquer desafio que surgisse quando eu assumisse posição fixa em um prédio”, diz.
Além da experiência prática, a Embraps oferece treinamentos para colaboradores de todas as funções, seja auxiliar administrativo, serviços gerais de limpeza, zeladoria, recepção, síndico profissional e, é claro, porteiro. Ao todo, são mais de 1.700 funcionários, qualificados não apenas em funções técnicas, como também sobre como atuar no dia a dia no atendimento ao cliente e ao público. Desses, cerca de 900 são porteiros, que atuam em prédios residenciais e comerciais pela Baixada Santista.
“O objetivo desse trabalho de treinamento é fazer com que o colaborador evolua na execução e tenha um crescimento pessoal. Nos treinamentos, promovemos interatividade entre os participantes, troca de ideias, experiências vividas. Por vezes, o problema que alguém passa ou passou em um determinado local de trabalho já aconteceu em outro e teve solução satisfatória. Isso ajuda muito no clima organizacional, traz debates e melhorias saudáveis para todos”, afirma Rodolfo Quaresma, diretor da Embraps.
Carinho pela profissão
João sai de casa, em São Vicente, por volta das 5h30, e pega o ônibus para estar no trabalho das 7h às 19 horas. Ele conta com orgulho o carinho com que exerce a função, não apenas cuidando do acesso, como também das pessoas.
“Lidar com o público é importante pra mim. No prédio onde trabalho, tem vários idosos, e eles gostam muito dessa nossa interação, da entrega do jornal, sempre que possível peço que o pessoal da limpeza me auxilie para acompanhá-los ao elevador, os mais velhos gostam muito dessa nossa interação. Atuar nessa função me faz sentir útil, proativo, e permite que eu me coloque no lugar do próximo. Me satisfaz muito”, conclui o porteiro.
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