A era vitoriana é vista como um momento histórico em que as mulheres não tinham direitos ou liberdades e estavam sob o jugo de uma cultura que as confinava ao lar e ao cuidado da família, dificultando também a educação acadêmica.
Isto é sem dúvida verdade mas esse período também foi repleto de contrastes e mudanças radicais na economia (com reformas industriais), na ciência e na cultura. Muitas mulheres da época participaram dessas grandes mudanças, especialmente no local de trabalho.
A maioria não pertencia à alta sociedade ou à burguesia, mas pertencentes às camadas mais baixas, que começaram a trabalhar em fábricas, como enfermeiras em guerras ou como correspondentes de notícias. Outras até passaram a receber educação para atuarem como governantas para famílias de classes mais altas.
Nessa época surgiu a figura da chamada Nova Mulher (New Woman, no original), um ideal feminista e muito poderoso. A Nova Mulher trabalhava, procurava se sustentar, era independente e rejeitava os chamados papéis “naturais” de esposa e mãe.
Assim foram as guerreiras que lutaram para mudar os valores da época, que assumiram papéis masculinos, que lutaram para que outras abandonassem o papel imposto de damas inocentes, e ignorantes que aceitavam as infidelidades dos maridos e viviam com vergonha das doenças venéreas transmitidas por eles, entre outras atrocidades.
The Nevers nos apresenta a um grupo de mulheres que não são apenas jovens e belas, mas também são dotadas de poderes excepcionais. Mistura um pouco de steampunk (gênero da ficção científica que combina o antigo maquinário a vapor com conceitos de tecnologia avançada), heroínas no estilo de The Avengers e aquela magia das séries da HBO, como True Blood.
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