PL  pede anulação de urnas no 2º turno: TSE exige que ação inclua votação total

Para sigla, Bolsonaro teve 51,05% dos votos no 2º turno e venceu disputa

O PL entrou ontem com ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo a anulação dos votos de 279,3 mil urnas eletrônicas, sob a justificativa de que houve “mau funcionamento” do sistema.

Para o partido de Jair Bolsonaro,  o presidente teve 51,05%dos votos no segundo turno e venceu a disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pouco depois da ofensiva do PL, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, determinou que em 24 horas a coligação de Bolsonaro  apresente um relatório completo sobre as eleições. No despacho, ele destacou que as urnas foram usadas nos dois turnos e, portanto, o pedido deve abranger todo o pleito para não ser indeferido.

A iniciativa do PL, porém, contesta apenas a vitória de Lula. No primeiro turno, o partido obteve a maior bancada na Câmara, com 99 deputados federais, e nunca questionou o resultado. A sigla elegeu, ainda, oito senadores. As urnas eletrônicas foram validadas, nos últimos meses, por auditorias das Forças Armadas e do TCU (Tribunal de Contas da União).

O relatório do PL, produzido pelo IVL (Instituto Voto Legal), afirma, no entanto, que os equipamentos apresentaram “desconformidades irreparáveis de mau funcionamento”. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que os modelos de urnas anteriores a 2020 têm o mesmo número de patrimônio, o que impediria a fiscalização. Os mesmos  aparelhos, porém, foram usados nas eleições de 2018, quando  Bolsonaro  venceu a disputa.

 Valdemar declarou que os apontamentos da ação enviada ao TSE não representam o pensamento do PL, mas elogiou o engenheiro Carlos Rocha, do Instituto Voto Legal.

 “Esse relatório não expressa a opinião do Partido Liberal, mas é o resultado de estudos elaborados por especialistas graduados”, disse. Em vídeo que circulou nas redes sociais, no fim de semana, Valdemar havia afirmado que os votos de cerca de 250 mil urnas estariam comprometidos.

 Com a ação, a legenda questiona a legitimidade de quase 50% das urnas. Segundo cálculos do engenheiro Carlos Rocha, pouco menos de 193 mil equipamentos tinham o código de identificação. Outros 279 mil, de modelos anteriores a 2020, teriam “número inválido”.

Segundo o TSE, são 577 mil urnas no País. Cada urna eletrônica, porém, possui um certificado digital único, mesmo nos modelos mais antigos. O IVL já havia apresentado essa análise no fim de setembro. Na ocasião, o TSE afirmou que as conclusões eram fraudulentas e tinham o único objetivo de tumultuar a eleição.

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