
O crescimento do uso da Inteligência Artificial, especialmente pós-pandemia, e seu potencial quase infinito, fizeram com que as empresas tornassem a IA uma ferramenta essencial para o novo mercado de trabalho. É o que mostra a pesquisa “The state of AI in early 2024: Gen AI adoption spikes and starts to generate value”, realizada pela McKinsey, que mostra que 72% das empresas do mundo adotaram essa tecnologia no ano passado. No entanto, cresce também a preocupação com a cibersegurança – especialmente no Brasil, um terreno considerado fértil para ataques cibernéticos.
De acordo com o relatório Cybersecurity Readiness Index, da Cisco, divulgado em 2025, 93% das empresas utilizam a IA para detecção de ameaças, e 77% sofreram algum ataque relacionado a este tipo de tecnologia no ano passado.
Ainda assim, o levantamento, que avaliou 8 mil empresas em 30 países, constatou que mais de 40% dos empresários subestimam os riscos da IA para a cibersegurança de seu negócio. Segundo o especialista em cibersegurança da PierSec, Alex Vieira, o bom uso da Inteligência Artificial pode ajudar a detectar ameaças à segurança. No entanto, a tecnologia também é utilizada por criminosos para aprimorar ciberataques.
“A IA, ao mesmo tempo que auxilia as empresas na detecção e resposta a malwares, também cria um grande leque de possibilidades para os criminosos, especialmente na automação de golpes como phishing, coleta mais rápida de informações da empresa, geração de códigos maliciosos, desenvolvimento de ransomwares, deepfakes cada vez mais realistas e até mesmo a automação de ciberataques. Portanto, ela tem o potencial de acentuar este risco às empresas”, explica Alex.
Segundo o especialista, a Inteligência Artificial tem o potencial de acentuar o risco de ciberataques às empresas, especialmente por conta da automação. Se antes criminosos eram responsáveis por atuar em todo o passo a passo do golpe, agora, várias tarefas podem ser delegadas à esta tecnologia, o que economiza tempo e expande recursos.
Mas, como prevenir ameaças quando este tipo de ferramenta está em constante expansão?
Alex explica queo primeiro passo é não subestimar a importância da cibersegurança nas empresas. Por isso, é importante contar com profissionais para fazer o diagnóstico de brechas de segurança e apontar o que pode ser feito para corrigi-las.
O especialista dá ainda algumas dicas de atitudes básicas, mas essenciais:
Utilizar apenas softwares originais e mantê-los atualizados
Programas originais recebem constantes correções das falhas de segurança por parte de seus desenvolvedores, o que não é garantido por softwares piratas, que podem trazer ameaças.
Instalar um antivírus pago
Os programas gratuitos de antivírus oferecem uma proteção muito básica, que não protege contra ataques de maior escala e não conseguem detectar ameaças mais complexas, muito menos bloqueá-las.
Somente senhas fortes
Todas as senhas utilizadas por todos os funcionários devem ser longas, complexas e trocadas em uma média de 40 a 90 dias. Existem sites de ‘cofres’ de senhas, que possibilitam que a pessoa tenha que lembrar de apenas uma senha, enquanto as outras ficam armazenadas neste cofre.
-Criptografar arquivos e fazer backups regulares
Isso ajuda a manter os dados seguros quando forem enviados entre remetente e destinatário. Obviamente, o destinatário precisa ter certeza absoluta de que o conteúdo enviado pelo remetente é de segurança. Mas a criptografia ajuda a manter as informações em sigilo contra invasões.
Treinamento em cibersegurança
Orientar os funcionários sobre a importância de seguir as normas de cibersegurança;
Utilizar soluções como análise de tráfego
Este tipo de solução permite a detecção e monitoramento de ataques e minimiza os riscos.
O especialista reforça que o uso da IA em ataques cibernéticos não diminui seus benefícios na proteção. “A inteligência artificial é uma ferramenta utilizada por pessoas bem e mal-intencionadas. Mas seus impactos positivos podem se sobressair se for utilizada de forma inteligente no combate às ameaças”, conclui.
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