Primeiro vice-presidente da Comissão de Viação e Transportes (CVT), o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP) apresentou, nesta quarta-feira (24), requerimento para a realização de uma audiência pública com foco na recente ocorrência envolvendo o transporte equivocado do cachorro Joca, que resultou na morte do animal.
O caso em questão ocorreu na última segunda-feira (22), quando o cão da raça golden retriever deveria ser transportado de Guarulhos (SP) para Sinop, no Mato Grosso do Sul, mas foi enviado para Fortaleza, no Ceará, devido a um erro operacional. Infelizmente, após retornar ao aeroporto de origem, o cachorro faleceu.
O deputado expressou profunda preocupação com a recorrência de casos desse tipo em todo o País e convocou uma audiência pública para discutir o assunto. “Temos assistido episódios recorrentes da falta de atenção, de cuidado com o transporte de animais no Brasil inteiro, então convoquei uma audiência pública com os presidentes das companhias aéreas.
Especialmente o presidente da Gol, companhia responsável por esse episódio, e também a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e demais autoridades públicas para que nós possamos discutir as normas, regras e sanções para evitar a repetição desta tragédia”, disse Paulo.
Para o deputado, é essencial que a proteção animal seja mais do que uma teoria, mas uma prática efetiva em todo o País. O parlamentar enfatizou a necessidade de responsabilização das companhias aéreas envolvidas em tais incidentes.
A audiência pública será realizada na Comissão de Viação e Transportes, e o deputado convida todos a acompanharem esse importante debate. “Esse é um tema relevante, acho que causa preocupação em todos nós. O requerimento pode ser acrescentado, sugestões são muito bem-vindas para que possamos realizar um debate profundo em relação a esse tema”, apontou.
Em resposta à ocorrência, o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Silva, anunciou que a pasta investigará, em conjunto com a ANAC, a morte de Joca. O Ministério também planeja estabelecer novas regras nacionais para o transporte de animais de estimação, em parceria com defensores da causa animal.
O caso de Joca ressalta a importância de garantir a segurança e o bem-estar dos animais durante o transporte aéreo, e medidas estão sendo tomadas para evitar que novas mortes sigam se repetindo.
Mais casos
Não é a primeira vez que tragédias como essa ocorrem em voos nacionais. Em setembro de 2021, o golden retriever Zyon, de apenas dois meses, foi transportado pela Latam Airlines em um voo de São Paulo para o Rio de Janeiro. Ao chegar no destino, foi entregue à sua tutora, Gabriela Duque, já em estado grave, não resistindo e morrendo pouco depois.
Na época, foi levantada a hipótese de asfixia devido às condições da caixa de transporte e o calor.
Em outubro do mesmo ano, Weiser, cão da raça american bully, foi transportado pela Latam Airlines de São Paulo para Aracaju (SE). Chegou ao destino já sem vida, suspeitando-se que tenha morrido também por obstrução nas vias aéreas ao roer a estrutura da caixa de transporte.
Ainda em 2021, Jackson, um gato persa de 3 anos, estava sendo transportado pela Latam Airlines em um voo de São Paulo para Brasília. Ao chegar ao destino, foi entregue à sua proprietária, Camila Santos, em estado crítico. Apesar dos esforços dos veterinários no aeroporto, Jackson não resistiu e faleceu pouco depois. As suspeitas recaem sobre desidratação severa e superaquecimento na área de carga da aeronave.
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