Voltar a ganhar peso após a cirurgia bariátrica é possível e comum. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, é esperado que o paciente perca peso após o procedimento e tenha “reganho” de até 10% do peso mínimo que ganhou. Por isso, é necessário o acompanhamento de uma equipe interdisciplinar com nutricionista, psicólogo, entre outros especialistas, para garantir o melhor resultado possível. No entanto, quando essa porcentagem chega a 20 ou 25% de reganho de peso mínimo, é necessário ficar alerta.
Um procedimento feito para reverter esse ganho de peso de maneira não-invasiva é o Plasma de Argônio. Ele é realizado para essa finalidade apenas em pacientes que já fizeram a cirurgia bariátrica (exemplo: bypass gástrico e sleeve), mas já era utilizado em outras áreas da medicina.
“O Plasma de Argônio reduz a costura do estômago que restou após a cirurgia bariátrica, portanto, ele volta a perder peso. Por ser bem menos invasivo do que a cirurgia em si, quando realizado por uma equipe qualificada, os riscos são mínimos”, afirma a médica endoscopista do Instituto de Emagrecimento de Santos (IES) e membro da Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade (SBEMO), Carolina Manna Santos.
O que é Plasma de Argônio?
Este é um procedimento ambulatorial no qual é aplicado um gás chamado argônio na costura onde foi feita a cirurgia bariátrica. Tal aplicação causará uma queimadura local e, posteriormente, uma fibrose local (uma espécie de cicatriz mais rígida), o que resulta numa cicatrização e diminuição do diâmetro dessa costura.
“O procedimento é feito por meio de uma endoscopia, na qual introduzimos o aparelho endoscópico e, com um catéter, disparamos o gás no local apropriado. O gás de argônio vai provocar a queimadura local. O resultado disso é a perda de peso, pois o procedimento vai reduzir o espaço. Assim, cabe menos alimento, o que resulta na diminuição da ingestão, já que a saciedade é atingida mais rapidamente”, ilustra a médica endoscopista, sócia do Instituto de Emagrecimento de Santos e também membro da SBEMO, Tassia Serra.
O resultado, afirma Tassia, começa a aparecer nas primeiras semanas após o procedimento. “Para isso, no entanto, é preciso seguir uma dieta específica e acompanhamento da equipe interdisciplinar. O paciente deve entender que pequenas perdas e ganhos de peso são comuns após qualquer procedimento ou intervenção cirúrgica. O que vai determinar uma estabilidade, assim como qualidade de vida maior, é entender a importância da mudança nos hábitos de vida”, reforça a médica.
Carolina Manna Santos explica que há vários fatores que podem levar o paciente a engordar novamente – mas, geralmente, se dá por conta do desânimo: “Esse sentimento pode surgir ao primeiro sinal de que ele engordou. Com isso, ele vai parando de seguir as dietas, não segue mais a rotina e os hábitos que os profissionais o ajudaram a construir, e ele pode acabar até mesmo voltando ao que era antes”.
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