Especialista explica como se planejar financeiramente para 2024

O educador financeiro do Sicoob UniMais Metropolitana, Alberto Alves, afirma que o hábito de anotar os gastos e manter um orçamento auxilia a reduzir a ansiedade e a culpa na hora de comprar - além de ajudar a consumir com responsabilidade

O orçamento fechou apertado esse ano? Você não está sozinho: de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgado no início de dezembro pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 76,6% das famílias brasileiras estão endividadas.

Para boa parte das pessoas, se organizar financeiramente pode ser uma dor de cabeça, principalmente por conta dos imprevistos. Mas, de acordo com o educador financeiro do Sicoob UniMais Metropolitana, Alberto Alves, a melhor forma de organizar as dívidas e não ter medo de comprar é criar um planejamento, seja familiar ou pessoal.

“O objetivo do planejamento do orçamento é entender para onde o dinheiro vai, seja um gasto de R$ 1 ou R$ 200. Com esse controle em mãos, é mais fácil priorizar as compras e saber o que você pode gastar ou não”, explica Alves.

O primeiro passo antes de montar o orçamento, completa o educador financeiro, é saber qual é a sua renda líquida, pois é em cima dela que o planejamento vai funcionar.

“Ela vai determinar o limite de gastos dentro do orçamento. É por meio da renda familiar que se viabiliza buscar um planejamento sustentável, pagando as contas da casa, gastos do mercado, despesas com filhos, e separando uma parte para fazer a reserva de emergência”, diz.

Para isso, é importante ter um objetivo traçado e, a partir dele, mensurar um prazo. Dessa forma, é possível saber o limite e procurar um instrumento financeiro adequado para que o rendimento tenha um resultado maior, complementa Alberto Alves.

“Por exemplo: eu quero guardar R$ 200 ao mês para fazer uma viagem para o interior. A partir disso, eu consigo calcular um prazo. Se eu guardar um valor durante 12 meses, para ter um ganho de rendimento, posso procurar uma aplicação adequada e que renda até mais que uma poupança. Em suma, o que determina o instrumento financeiro é o objetivo de uso”, ilustra.

E quem já está endividado?

Quem está saindo de 2023 e vai entrar em 2024 endividado deve não apenas preparar um planejamento para os gastos do dia a dia, mas como irá pagar as dívidas. Para isso, antes de tomar a decisão do que será priorizado para fazer o pagamento, é preciso fazer um orçamento e uma condição de pagamento mensal.

Por exemplo, se você está endividado, obviamente não pode utilizar metade do salário no pagamento da dívida; é preciso entender, junto ao orçamento, qual sua capacidade de pagamento para fazer um parcelamento, aproveitar promoções de quitação ou, ainda, juntar o valor e pagar à vista quando chegar no montante. Se não, corre risco de, assim que liquidar uma dívida, aparecer outra.

Como criar o próprio planejamento

Mas, por onde começar? O educador financeiro orienta criar um grupo de despesas simples.

Primeiro, anote quanto você ganha. Depois, separe em grupos: mercado, vestuário, roupa, passeios, até mesmo um para as “besteirinhas”, por aí vai. Crie também um grupo para o dinheiro da carteira, pois, toda vez que gastar esse valor, fica mais fácil entender para onde está indo o valor investido. Isso tudo ajuda a identificar os gastos, saber quanto pode gastar e, claro, a manter o controle.

Alves diz que anotar todos os gastos diários, dos menores aos maiores, apesar de ser difícil, é um dos segredos para ter sucesso no planejamento e deve se tornar um hábito. Pode ser num papel, um aplicativo, bloco de notas de celular ou mesmo numa planilha de excel. Com o controle em mãos, é possível definir uma quantia para cada área – por exemplo, quanto destinar mensalmente para compra de roupas.

“Somos bombardeados 24 horas por dia por propagandas e promoções, e sempre falamos ‘não vou comprar’, principalmente porque os valores não cabem no orçamento. E aí, bate a ansiedade. Mas, com as informações dos gastos em mãos, é possível falar não de maneira mais fácil. O orçamento serve justamente para que a pessoa tenha qualidade de vida”, finaliza.

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