Entidade de Santos promove inclusão sociodigital e forma profissionais da Nova Economia

Instituto AmiGU já impactou mais de 35 mil pessoas em 3 mil cidades por todo o Brasil; trabalho é voltado a mulheres e pessoas de baixa renda

Formar pessoas que resolvem problemas e transformam a própria realidade e onde vivem, impactando a raiz das questões sociais. Esse é um dos objetivos do Instituto AmiGU, entidade que há três anos trabalha com pessoas de baixa renda e principalmente mulheres com foco para a Nova Economia. Fundado por Marco Riveiros em 2017, por meio de treinamentos online e presencial, o AmiGU já impactou mais de 35 mil pessoas em 3 mil cidades ao redor do Brasil. A entidade possui ainda uma rede de mais de 30 mil pessoas conectadas em diversas comunidades.

“A nova economia oferece uma lógica diferente de mercado com foco em serviços, experiência do usuário e na colaboração entre os envolvidos de um projeto. Estamos focando na mulher, porque ela é o pilar para a inclusão digital, pois grande parte dos líderes de famílias de classe média e baixa é uma mulher. Queremos garantir que não só os filhos delas se profissionalizem, mas empoderar as próprias, já que são as provedoras da casa”, ressalta Riveiros sobre a atuação da entidade.

Atualmente, 19,7% dos cargos em conselhos de administração do mundo são ocupados por mulheres, enquanto no Brasil esse índice é de 10,4%, de acordo com a nova edição da pesquisa “Women in the boardroom” (Mulheres no Conselho), realizada pela Deloitte em 51 países – incluindo o Brasil – com a participação de 10.493 empresas. Em relação à edição anterior da pesquisa, feita em 2018, o Brasil registrou um aumento de 1,8% no número de cadeiras ocupadas por mulheres nos conselhos corporativos.

O potencial feminino para ação e liderança também é refletido nos dados da pesquisa da Grant Thornton, publicada em março de 2022. Ela diz que as mulheres ocupam 38% dos postos executivos nas empresas. Das mais de 250 empresas entrevistadas, 6% afirmam não manter nenhuma mulher em cargos de liderança, diferentemente da média de países como Japão (48%), Coréia do Sul (33%) e Grécia (22%), por exemplo.

“Esses dados mostram que nosso foco faz todo sentido. Existe um enorme potencial que pode ser trilhado por mulheres brasileiras. E, enquanto o homem sempre foi sonhador, o visionário, a mulher é quem fez acontecer. Sem ela, o homem não teria ido para a lua”, reforça Riveiros lembrando a história de Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, cientistas da NASA e mulheres negras que foram responsáveis pelos cálculos matemáticos da missão Apollo 11 – isso nos anos 1960 nos Estados Unidos, quando as leis de segregação racial ainda estavam em vigor. A história virou livro e deu origem ao filme ‘Estrelas Além do Tempo’ (2016).

Jornadas de 80 horas

Para iniciar a jornada dentro do AmiGU, o primeiro contato deve partir de Ongs, associações e escolas das regiões impactadas. Os interessados passam por um processo de inscrições e avaliações liderados pela Resolv, uma das empresas mantenedoras do AmiGU, que desenvolveu uma análise socioeconômica para filtrar perfis alinhados com seu estatuto.

Os alunos do AmiGU participam de oficinas dentro de um estúdio duas vezes por semana durante quatro meses para a formação de resolvedores, ou seja, pessoas que são capazes de encontrar soluções para todo tipo de problema por meio da lógica. Após essa formação, é feita uma oficina de direcionamento para identificar a trilha de mercado em que os alunos irão seguir, com duração de 40 a 80 horas. Elas são três: negócios, design ou tecnologia com enfoque em inteligência artificial.

Depois de formado e já no mercado, o aluno passa a ter acesso a trilhas e mentorias de evolução online por meio de plataformas de cursos e grupos no WhatsApp.

Nova Economia

Nova economia define uma lógica de mercado diferente, que prioriza pessoas. Por essa lógica, ela se concentra mais na prestação de serviços em vez de produtos e especialmente na experiência de usuário.

Este tipo de economia tem também em sua cultura produzir impactos expressivos por meio da tecnologia e mudanças rápidas. É importante ressaltar dois conceitos da nova economia: a Indústria 4.0 e o desenvolvimento sustentável.

A primeira se trata da automação e criação de máquinas mais inteligentes, que ficarão responsáveis por fazer tarefas mais repetitivas para que os humanos possam aproveitar melhor seu tempo. O segundo visa harmonizar crescimento econômico, progresso social e a preservação do meio ambiente por meio de gestão inteligente de recursos humanos e naturais.

“A Nova Economia já é uma realidade. Com a conscientização sobre o meio ambiente e a velocidade das mudanças que ocorrem na nossa sociedade, as companhias hoje entendem que os negócios não podem ser feitos da mesma forma que antigamente. E isso inclui trazer mais diversidade. É por isso que o AmiGU quer fazer a Nova Economia a partir das mulheres”, finaliza.

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