Câmara do Guarujá recebe denúncia envolvendo OS Pró Vida

A Câmara dos Vereadores de Guarujá rejeitou um pedido de abertura de uma comissão para investigar uma denúncia contra o prefeito Suman, a decisão veio em uma sessão extraordinária.

A denúncia apresentada indica que funcionários da prefeitura, incluindo a vice-prefeita teriam utilizado carros e imóveis do dono da Organização Social (OS) Pró Vida, que administrava as UPAs da cidade até a semana passada.

Dezessete vereadores participaram da votação, sendo que 15 rejeitaram o pedido de abertura da comissão. O presidente da câmara, José Nilton( Doidão) não votou, e Anderson Figueira (Podemos) se absteve.

Os denunciantes são o empresário e representante da Pró Vida Almir Matias da Silva, um grupo de advogados e o partido Podemos. Segundo eles, houve nepotismo por parte do prefeito ao contratar sua nora para um cargo de coordenadora no PAM Rodoviária, onde ela ganhava um salário de R$ 10 mil sem exercer a função.

Outra denúncia é de uma ex-funcionária de França, por ter se beneficiado de um favor político, e a última é sobre a utilização de sete veículos da Pró Vida e de um imóvel por secretários municipais.

Almir Matias  usou as redes sociais no último fim de semana para fazer a denúncia e divulgar possíveis provas de que os funcionários da prefeitura estavam usando seus veículos e imóvel.

Na próxima semana, haverá a leitura de outra denúncia, de autoria de um grupo de advogados, no qual estão os candidatos à prefeitura de Guarujá na última eleição Rodrigo Barboza (Republicanos) e Sérgio Zagarino Júnior (DC).

A Prefeitura de Guarujá afirmou que trata-se de um assunto afeto à Câmara de Vereadores. A Prefeitura de Guarujá não tem informações sobre o conteúdo do documento enviado ao Legislativo Municipal.

A Organização Social Pró-Vida informou que não expedirá nenhuma manifestação acerca do assunto até que o corpo jurídico tenha analisado a denúncia na íntegra.

Denunciantes

O advogado Sérgio Zagarino, que foi candidato à prefeitura de Guarujá e integra o grupo de advogados denunciantes, disse que pediu à Câmara que avalie o caso.

“Essa empresa tinha um gestor que não figura na razão social dela e nem no contrato social, que se chama Almir. Ele veio a público nas redes sociais e alegou inúmeros crimes de corrupção do prefeito , envolvendo desvio de dinheiro de verba pública e da saúde relacionada à pandemia de covid-19, funcionários fantasmas e utilização de bens públicos em proveito próprio”, disse.

“Eu e uma junta de advogados nos unimos para fazer um protocolo na Câmara informando essas denúncias com um pedido de abertura de uma comissão que possa investigar se essas denúncias são verdadeiras ou não, e se forem, que o prefeito seja afastado e cassado”, completou.

Já o advogado Rodrigo Barboza afirmou que a situação configura crime. “São denúncias graves feitas pelo senhor Almir, atribuindo ao prefeito e sua família, que em tese caracterizam improbidade administrativa, e isso tem que ser apurado. Por isso protocolamos com base na live do Almir uma denúncia pedindo que a câmara investigue e dê oportunidade do prefeito se defender e ao denunciante Almir provar aquilo que ele alega”.

Pró Vida

Após uma denúncia no Ministério Público, alegando que a Pró Vida, que administrava até o dia 12 a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Rodoviária e das 15 Unidades de Saúde da Família (Usafas) do Município, não estava em dia com o pagamento dos funcionários, além de não ter insumos para tratar pacientes, a Prefeitura de Guarujá reassumiu a administração das unidades e do PAM Rodoviária.

Após a interrupção do contrato, um dos representantes da OS utilizou as redes sociais para expor a troca de favores que acontecia entre a Pró Vida e funcionários da prefeitura, o que é crime. As empresas vencedoras de licitações para administrar equipamentos públicos não podem beneficiar servidores públicos com bens e favores.

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