Parece até conversa de pescador! Um barco à deriva na praia do Guilhermina, em Praia Grande, revelou uma história na última segunda-feira (11), no mínimo, curiosa. Após cair da embarcação enquanto pescava, em São Sebastião (Litoral Norte de São Paulo), passar mais de 10 horas no mar e ser resgatado preso a uma boia de sinalização náutica, o pescador conseguiu reaver seu instrumento de trabalho, dois dias depois, intacto em águas praia-grandenses. Uma equipe da Guarda Costeira de Praia Grande foi responsável pela retirada do barco do mar.
Arnaldo Pereira de Souza, de 46 anos, é morador de São Sebastião e é pescador “desde criança”, como ele mesmo define. Está acostumado com o mar. Mas nem toda experiência que tem impediu que um acidente acontecesse, na noite da última sexta-feira (8), e ele caiu da embarcação durante uma pescaria. “Fui mexer no tanque de combustível e uma ondulação maior me derrubou. Era noite e não consegui voltar para o barco. Passei 10 horas no mar, nadei e consegui encontrar uma boia de sinalização onde me segurei”.
Somente no sábado (9), um outro pescador passou pela boia e viu a situação de Arnaldo, bastante debilitado, e o resgatou.
Final feliz para Arnaldo, que agradece a ajuda que recebeu e principalmente a Deus, que o manteve vivo. Porém, seu barco, que o ajuda no seu ganha pão, não havia sido localizado nas redondezas.
Pelo menos não até segunda-feira (11), quando uma pequena embarcação de alumínio foi avistada à deriva na praia do Guilhermina, em Praia Grande, e a Guarda Costeira foi acionada.
De acordo com o inspetor da Costeira, Delfo Monsalvo, assim que a equipe percebeu que o barco estava intacto, porém sem seu condutor, iniciaram-se os contatos para identificar o proprietário. “A comunidade náutica da região se mobilizou e conseguimos chegar até o senhor Arnaldo”.
Em seguida, foi preciso fazer o motor funcionar e levar o barco até a praia do Forte, onde funciona a base do grupamento. “A embarcação estava prestes a encalhar, mas conseguimos ligar o motor e levá-la pelo mar mesmo. Não foi uma operação muito difícil, mas foi extremamente gratificante devolver um bem que significa tanto para alguém”.
Para se ter uma ideia, Monsalvo estima que a distância percorrida pelo barco seja de cerca de 60 milhas náuticas, o equivalente a pouco mais de 100 quilômetros. “Foi muita sorte o barco estar intacto e não ter emborcado”.
Arnaldo veio à Cidade buscar seu barco e fez questão de agradecer também à equipe da Guarda Costeira, que foi fundamental para o desfecho feliz. No barco estavam alguns petrechos de pesca, como redes e outros equipamentos, avaliados em cerca de R$ 50 mil. “Pelo tempo que passou e pelas condições do mar, achei que o barco tivesse afundado e que não fosse recuperar. Então, o mínimo que posso fazer é agradecer imensamente a todos os envolvidos”.
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