Auxílios e socorros: Sem rapinagem da banca, Brasil seria um país viável

Desde a aprovação do decreto pelo senado que estabeleceu o estado de calamidade nacional por causa da pandemia do novo coronavírus, em 20 de março de 2020, temos visto as empresas de transportes de passageiros, escolares, turismo, fretamento e cargas atingidas drasticamente em suas finanças.

Na verdade, toda a economia nacional estagnou-se, mesmo com o auxílio emergencial ínfimo destinado à população de baixa renda ou sem renda. As medidas do governo que suspenderam os contratos de trabalho ajudaram um pouco as empresas a se manterem, mas, mesmo assim, a situação é drástica.

Diante disso, os empresários do setor pediram ajuda ao governo e o senado aprovou, em 1º de novembro, o projeto de lei 3364-2020, que cria o socorro financeiro às empresas de transporte coletivo de passageiros no valor de R$ 4 bilhões. Mas a pergunta que se faz é a seguinte: quem vai socorrer os motoristas e demais profissionais do setor?

Por falta de passageiros, de estudantes, turistas, de negócios e de cargas, não apenas as companhias entraram em grandes dificuldades, mas também os trabalhadores, que tiveram salários reduzidos, direitos revogados e principalmente a perda dos empregos. E por que eles não estão entre os beneficiados do tal socorro com dinheiro público?

Ao transferir recursos para estados e prefeituras destiná-los às empresas, ninguém garante que a economia com um todo será beneficiada, inclusive com salários, direitos trabalhistas e empregos. Muitos empresários preferirão talvez aplicar os recursos no mercado financeiro ou na bolsa de valores e não no serviço público essencial do transporte.

Juros da dívida, o ‘x’ da questão

Hoje o estado de São Paulo caminha para um nível de desemprego catastrófico. Temos centenas de milhares de trabalhadores sem o sustento de suas famílias. Na indústria, comércio e serviços, as pessoas são demitidas muitas vezes sem receber as verbas rescisórias. Aumenta o número de moradores nas ruas, com fome.

Ninguém questiona o socorro financeiro às empresas, desde que elas realmente invistam nas suas atividades naturais. A roda da economia precisa girar e o transporte é essencial para isso. Mas os trabalhadores também são fundamentais e não podem ser esquecidos, deixados de lado como simples peças de reposição da máquina que está em frangalhos.

A grande verdade é uma só: o Brasil é um país rico, uma das maiores economias do mundo, com enorme mercado consumidor e tem condições de superar a crise, atendendo às empresas e ao povo. Para isso, basta acabar com o privilégio aos bancos, que sugam as riquezas nacionais de todas as formas possíveis e imagináveis.

Só a título de pagamento de juros da dívida pública, os bancos embolsam praticamente a metade do nosso orçamento federal de aproximadamente R$ 4 trilhões. Agora, com a chamada autonomia do Banco Central, a rapinagem será ainda maior, enquanto empresas agonizam e o povo morre de fome.

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