Autoestima: A maquiagem como aliada na luta contra o câncer de mama

A maquiadora visagista Luiza Castro conta como a maquiagem e a batalha da mãe, que enfrentou quatro cânceres, a fizeram ser uma porta-voz da luta contra doença

O mês de outubro chega e com ele a conscientização sobre o câncer de mama, uma doença que afeta milhares de mulheres em todo o mundo. A campanha Outubro Rosa desempenha um papel fundamental na divulgação da importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Junto à ela, se somam campanhas secundárias, como as de fortalecimento de autoestima – comprovadamente eficiente, de acordo com estudos publicados em revistas científicas internacionais e por instituições renomadas, como Harvard.

É aí que entra Luiza Castro, maquiadora visagista que, além de promover o cuidado e o resgate do amor próprio por meio de seu trabalho com a maquiagem, o tema “câncer” tem uma ligação direta com sua vida pessoal, já que sua mãe enfrentou a doença quatro vezes.

O câncer de mama, além dos desafios físicos e emocionais que impõe às mulheres, também afeta a autoestima e o amor próprio. Nesse contexto, a maquiagem surge como uma ferramenta poderosa de resgate da autoestima. Luiza enfatiza a importância do autocuidado e do amor próprio durante esse processo difícil.

“Já participei de milhares projetos sociais voltados para pacientes oncológicos, incluindo doações financeiras, workshops gratuitos, confecção de perucas e até mesmo a criação de produtos como a esponja ecológica, uma esponja de maquiagem de crochê”, destacou. Luiza ressaltou que, em um desses projetos, 100% do valor arrecadado foi revertido para ações sociais e seus pais dobraram o valor arrecadado.

Luiza destaca que a maquiagem pode ser uma aliada poderosa na jornada das pacientes oncológicas, desde a aplicação de maquiagem básica até a realização de tatuagens que recriam a auréola dos seios após cirurgias.

Quanto à segurança do uso de maquiagem durante o tratamento do câncer, Luiza esclarece que a maioria dos casos não impõe restrições severas. “É essencial, no entanto, evitar o compartilhamento de produtos e pincéis para reduzir riscos de infecção. Por isso, é importante sempre ter o acompanhamento do médico que já faz essa rotina de cuidado com a paciente oncológica, para adaptar o uso de maquiagem às necessidades individuais de cada paciente”, disse.

Ao relembrar a luta de sua mãe, que teve a reincidência do câncer por quatro vezes – e hoje está curada, Luiza destaca a peruca e o famoso “batonzinho”, companheiro de quase todas as mulheres, em qualquer fase da vida. “A perda de cabelo foi um momento difícil para a autoestima dela, mas o uso constante de batom se tornou um símbolo de força e autoconfiança. Que mulher fica cabisbaixa com um batom vermelho? Estudos comprovam que a maquiagem tem o poder de elevar a autoestima e ela pode auxiliar na transformação e no resgate do amor próprio durante a jornada contra o câncer”, reforçou.

O Brasil, como o terceiro maior consumidor de beleza e estética do mundo, compreende a importância da maquiagem como uma aliada na luta contra o câncer de mama e as campanhas intensas e numerosas que acontecem especialmente durante o mês de outubro, reforçam isso.Para a especialista, a maquiagem não é apenas uma ferramenta de beleza, mas também uma forma de empoderamento e autocuidado para as mulheres que enfrentam essa difícil jornada.

Câncer de mama no Brasil – o que diz o INCA?

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. As informações são da publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Nas mulheres, o câncer de mama é o mais incidente (depois do de pele não melanoma), com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025.

O tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

Nas regiões mais desenvolvidas, em seguida vem o câncer colorretal, mas, nas de menor IDH, o câncer do colo do útero ocupa essa posição.

Segundo estudo realizado em fevereiro de 2023 pelo Departamento de Informática do SUS (Datasus) e Registro Hospitalar do Câncer (RHC) do Inca, 38% dos diagnósticos de câncer de mama ocorreram em estágios avançados da doença.

Ainda, de acordo com os órgãos, cerca de 37% dos casos levaram mais de 30 dias para confirmação diagnóstica após consulta.

67% das pacientes que tiveram câncer de mama já haviampassado pelo diagnóstico dealguém próximo, de acordo com a Veja Saúde, em 2023.

Além disso, o Inca também apontou neste ano que 17% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com adoção de estilo de vida mais saudável – boa alimentação e prática de atividades físicas.

E, segundo o Ipec, em 2022, 54% das mulheres subestimam o a importância e necessidade da mamografia.

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