Setembro Dourado alerta para o câncer infantojuvenil, principal causa de morte por doença entre jovens

Levantamento abrange a faixa etária de 1 a 19 anos; oncologista da Imuno Santos reforça orientações aos pais e responsáveis

Com a estimativa de 7,9 mil novos casos anuais de tumor em crianças e adolescentes brasileiras, entre 2023 e 2025, o câncer infantojuvenil é considerado a primeira causa de morte por doença em pessoas de 1 a 19 anos. O dado é do INCA (Instituto Nacional do Câncer), que em sua mais recente pesquisa constatou  8% do total de óbitos analisados. No Setembro Dourado, mês de conscientização sobre o assunto, a oncologista clínica da Imuno Santos, Sueli Monterroso, explica os tipos de tumores mais comuns e os cenários que tornam o público mais suscetível.

“Primeiro é necessário compreender que as leucemias, linfomas e tumores do Sistema Nervoso Central (SNC) são os principais cânceres identificados na pediatria, devido a tendência de mutação das células da corrente sanguínea e do SNC. Um padrão diferente em relação aos adultos, que têm maior incidência de neoplasias em diversas partes do corpo”, esclarece a especialista.

Até o momento, não é possível determinar as causas do câncer nesta janela de idade. O que se observa é que, na maioria das vezes, o DNA dos pacientes sofre mutações na primeira infância (início da vida) ou ainda na barriga da mãe. Isso significa que a doença não é transmissível aos seus futuros filhos.

Em contrapartida, apesar da baixa recorrência, a hereditariedade também é um fator de risco do câncer infantojuvenil, visto que os pacientes carregam as características genéticas herdadas dos familiares (geralmente os pais).  “O diagnóstico precoce faz total diferença, pois aumenta significativamente as chances de recuperação. A estimativa é que 80% das crianças e adolescentes alcancem a cura em países desenvolvidos, graças a detecção precoce do diagnóstico e o tratamento adequado em centros de saúde de referência”, reforça a oncologista.

Rastreamento genético

Com o avanço da medicina, um dos recursos para identificar se uma pessoa tem ou não predisposição hereditária a doenças cancerígenas, neurológicas ou cardíacas é o rastreamento genético. Trata-se de um exame que consiste na coleta de DNA, seja por uma amostra de sangue, saliva ou swab bucal, que é encaminhada para análise laboratorial e revela os resultados em cerca de quatro semanas.

O teste pode ser feito em qualquer faixa etária, mas pode ser uma potente ferramenta de prevenção ainda na infância e adolescência. Dependendo dos resultados, os médicos prontamente indicam estratégias de cuidados redobrados com a saúde e até tratamentos personalizados.

Sintomas

Identificar um câncer infantojuvenil nem sempre é fácil, especialmente na ausência de queixas. Por isso, é imprescindível que os pais e responsáveis mantenham um diálogo permanente com as crianças e adolescentes, reforçando a importância de reportarem dores ou sinais atípicos no corpo. Confira abaixo alguns sintomas que devem motivar a busca por um profissional de saúde:

Linfomas – febre prolongada de causa não identificada, perda de peso inexplicada, gânglios linfáticos inchados e indolores (no pescoço, axilas ou virilha), suores noturnos intensos fadiga e dores no peito, abdômen ou ossos;

Tumores no SNC – cefaleia (dores de cabeça persistentes ou progressivas), alterações na visão e audição, convulsões, náuseas, vômitos, mudança comportamental, desaceleração do crescimento e desenvolvimento;  

Leucemias – hematomas, equimoses, palidez, fadiga incomum, sangramentos e dores nos ossos (principalmente nas pernas).

Os tratamentos são definidos de acordo com o tipo de doença e as condições clínicas do paciente. Os oncologistas pediátricos podem optar por soluções como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia, além de outros procedimentos.

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