Oncologista reforça prevenção ao câncer de cabeça e pescoço, diagnosticado em estágio avançado em 80% dos casos

Alerta de especialista da Imuno Santos faz parte do Julho Verde, campanha nacional que sensibiliza sobre as causas da doença e a importância do tratamento precoce; tumor é o quinto mais comum em homens no Brasil

Durante um tratamento de saúde, o diagnóstico precoce pode ser determinante. No mês em que se promove o ‘Julho Verde’, campanha nacional de prevenção ao câncer de cabeça e pescoço, a oncologista da Imuno Santos, Ticila Melo, reforça cuidados básicos para prevenir e detectar a doença na fase inicial. Uma ação necessária, visto que mais de 80% dos pacientes são diagnosticados já em estágio avançado (níveis 3 e 4).

O dado integra o estudo mais recente do Instituto Nacional do Câncer (INCA), realizado entre os anos 2000 e 2017, a partir da análise de mais de 145 mil casos. No Brasil, o tumor é o quinto que mais acomete os homens, que também representam o montante de 80% dos casos.

“Os sintomas podem ser variados, como feridas na boca que não cicatrizam, nódulos no pescoço, dor de garganta persistente, dificuldade para engolir ou respirar, alterações na voz e rouquidão. São sinais que podem indicar outras condições clínicas, mas considerados suficientes para a procura de um médico”, explica a oncologista Ticila Melo. 

Há alguns fatores de risco que aumentam drasticamente as chances de desenvolver o câncer de cabeça e pescoço. São eles:  uso de tabaco, consumo excessivo de álcool, infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano), má higiene bucal e exposição solar. Estas práticas estão entre as principais causas de tumores na boca, faringe e laringe.

Ticila Melo pondera que o quadro afeta mais homens do que mulheres devido ao tabagismo e ao alcoolismo, mas afirma que a proporção está se igualando. “O mesmo acontece com a mudança de perfil da idade, porque cada vez mais jovens são registrados com câncer de cabeça e pescoço devido ao HPV, que inclusive possui vacinação disponível. Antes, o diagnóstico predominava em idosos de 60 anos em diante, o que agora ocorre em pessoas abaixo de 50 anos”, destaca. 

Outra potencializadora do estadiamento da doença é a falta de conhecimento. Não à toa, nesta mesma pesquisa o INCA apurou que 17% dos entrevistados tinham baixa escolaridade, devido ao ensino básico ou educação incompleta. Fator preocupante, pois compromete o acesso ao tratamento adequado e as chances de cura.

Apesar dos desafios, com acompanhamento e exames especializados, quem detecta a doença avançada possui acesso a cirurgia,  radioterapia,  quimioterapia e imunoterapia. 

Vacinação contra HPV

Uma das medidas eficazes de prevenção ao HPV segue sendo a vacinação. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o imunizante contra a doença para crianças e pré-adolescentes de 9 a 14 anos de idade, além de imunossuprimidos.

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