Índia sofre com recorde de novos casos de covid-19 e falta de oxigênio

A Índia registra 314.835 infecções novas de covid-19, a maior taxa do mundo. Uma nova onda da pandemia criou novos temores sobre a capacidade de reação dos serviços de saúde que estão em colapso.

Autoridades de saúde do norte e do oeste do país, incluindo a capital, Nova Delhi, disseram estar em crise, já que a maioria dos hospitais está lotada e ficando sem oxigênio.

Alguns médicos estão aconselhando os pacientes a ficar em casa, e um crematório de Muzaffarpur, uma cidade do leste indiano, informou que está sobrecarregado de corpos e que familiares enlutados têm que esperar a sua vez.

“Neste momento, não há leitos, não há oxigênio. Todo o resto é secundário”, disse Shahid Jameel, virologista e diretor da Escola de Biociências Trivedi da Universidade Ashoka, à Reuters. “A infraestrutura está desmoronando”.

Alguns hospitais de Nova Delhi ficaram sem oxigênio, e autoridades de estados vizinhos estão impedindo que suprimentos sejam levados à capital para preservá-los para suas próprias necessidades, disse o vice-ministro-chefe da cidade, Manish Sisodia.

O total de casos na Índia está agora em 15,93 milhões. As mortes aumentaram em 2.104 e chegaram a 184.657, de acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde.

O recorde anterior de aumento diário de casos era dos Estados Unidos, que tiveram 297.430 casos novos em um dia de janeiro, mas desde então esse número diminuiu consideravelmente.

A televisão mostrou imagens de pessoas com cilindros de oxigênio vazios lotando instalações, na tentativa de salvar parentes hospitalizados.

Em Ahmedabad, cidade do oeste indiano, um homem atado a um cilindro de oxigênio se deitava na traseira de um carro diante de um hospital à espera de um leito, como mostrou uma foto da Reuters.

“Nunca pensamos que uma segunda onda nos atingiria tão duramente”, escreveu Kiran Mazumdar Shaw, presidente executivo da provedora de saúde Biocon & Biocon Biologics, no jornal Economic Times.

A Índia lançou um programa de vacinação, mas só uma fração minúscula da população já foi imunizada. As autoridades anunciaram que as vacinas estarão disponíveis para todos acima de 18 anos a partir de 1º de maio, mas o país não terá doses suficientes para os 600 milhões de habitantes habilitados, dizem especialistas.

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