O Governador João Doria anunciou em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o início dos testes da CovonaVac, vacina contra o coronavírus, no Brasil. O Instituto Butantan receberá as doses de imunizantes e placebos que serão utilizados na realização da terceira fase de ensaios clínicos para desenvolvimento da vacina, em parceria com a farmacêutica Sinovac Life Science.
Instituto Butantan receberá 20 mil doses que serão utilizadas na terceira fase de ensaios clínicos. O lote será distribuído aos 12 centros de pesquisa responsáveis pelo recrutamento, aplicação e acompanhamento dos voluntários. Doses chegaram nesta madrugada no Aeroporto de Guarulhos e começarão a ser aplicadas amanhã (21) no Hospital das Clínicas.
Já o secretário Marco Vinholi alertou que o interior do estado alcançou a capital em número de casos de Covid-19. São 166 mil casos em cada uma dessas duas regiões.
“Esta evolução veio ocorrendo ao longo das últimas semanas, viemos alertando e informando sobre este fato e hoje se consolida esta tendência. Em número de óbitos, o interior já ultrapassou a grande SP em números absolutos. São 5.612 no interior, ante 5318 na RMSP. Houve melhoras nas regiões de Sorocaba, Campinas, Araçatuba, Marília, Barretos e Baixada Santista”, disse o secretário Vinholi.
A carga com 20 mil doses da vacina proveniente da China desembarcou durante a madrugada de hoje no Aeroporto Internacional de Guarulhos e será levada à sede do Instituto Butantan para ser verificada. Em seguida, será distribuída aos 12 centros de pesquisa responsáveis pelo recrutamento, aplicação e acompanhamento dos voluntários.
“Vamos informar à opinião pública brasileira e internacional sobre a evolução de cada resultado, respeitando os critérios éticos, científicos e contratuais da pesquisa. É um grande dia para a ciência brasileira. Um dia de esperança para milhões de brasileiros e também de habitantes de outros países onde essa vacina deverá ser também aplicada”, disse Doria.
Os testes da vacina, uma das mais avançadas do mundo, começam nesta terça-feira (21) no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, na capital paulista. A terceira fase de testes no HC será direcionada a 890 voluntários. Os pesquisadores do hospital vão analisar os voluntários em consultas agendadas a cada duas semanas. A estimativa é concluir as primeiras análises em até 90 dias.
Os demais 11 centros de pesquisa receberão as doses de modo escalonado. O estudo tem como meta a inclusão de cerca de 9 mil voluntários nesses centros. Entre os recrutados, metade receberá duas doses do imunizante num intervalo de 14 dias e a outra metade receberá duas doses de placebo, uma substância com as mesmas características, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito.
Essas pessoas serão monitoradas pelos centros de pesquisa por meio de exames entre aqueles que tiverem sintomas compatíveis à COVID-19. Assim, poderá ser verificado posteriormente se quem tomou a vacina ficou de fato protegido em comparação a quem tomou o placebo.
Entre as unidades do estado de São Paulo responsáveis pelos testes estão o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Hospital Israelita Albert Einstein, também na capital paulista; a Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Hospital das Clínicas da Unicamp (Campinas), Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.
As pesquisas também serão realizadas na Universidade de Brasília (UnB), Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas de Fiocruz, no Rio de Janeiro, a Universidade Federal de Minas Gerais, Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul e Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná.
Os testes serão acompanhados por uma comissão de pesquisadores internacionais, que terão acesso à plataforma científica para observar o andamento e garantir transparência em todo o processo. Se houver sucesso, a vacina será produzida pelo Instituto Butantan a partir do início de 2021, com mais de 120 milhões de doses.
“Evidentemente que a vacina será destinada a todos os brasileiros, não apenas aqueles de São Paulo. Isso será feito através do SUS, Sistema Único de Saúde, universal e gratuito a todos os brasileiros. O Instituto Butantan terá todo o domínio da tecnologia, é isto que prevê o acordo com o laboratório Sinovac”, completou o Governador.
Os voluntários que poderão se candidatar ao estudo são profissionais da saúde que estejam trabalhando no atendimento a pacientes com COVID-19. Além disso, o candidato não pode ter sofrido infecção provocada pelo novo coronavírus, nem ter participado de outros estudos. As mulheres não podem estar grávidas ou planejarem uma gravidez nos próximos três meses. Outra restrição é não ter doenças instáveis ou que precisem de medicações que alterem a resposta imune.
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