Exposição online resgata memórias afetivas de mulheres da periferia de Santos

Produzida pela escritora e fotógrafa Ornella Rodrigues, “Cartografia Afetiva: Flores da Alemoa” reúne registros de oficina artística

A escritora e fotógrafa santista Ornella Rodrigues lança, nesta sexta-feira (26), às 20h, a exposição online “Cartografia Afetiva: Flores da Alemoa”. A mostra reúne fotos, vídeos e depoimentos de mulheres atendidas no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) Alemoa, em Santos, realizados durante oficina promovida pela artista no ano de 2019. Os registros resgatam as memórias das participantes sobre suas vidas e o lugar onde vivem, com olhar sensível à ancestralidade negra contida nas periferias do Brasil.

“Dentro de todos nós há um mapa de memórias e afetações que vêm desde o nascimento. O que somos agora faz parte de outros mapas, outros atravessamentos. Histórias contadas por nossos antepassados, lugares que foram perdidos pelo tempo ou preservados somente na oralidade. A cartografia afetiva realizada com as mulheres da Alemoa, por meio da vivência fotográfica, traz à tona traços e revelações sobre o que somos e, principalmente, de onde viemos”, explica Ornella.

A oficina realizada pela artista ofereceu às participantes do projeto noções básicas da fotografia mobile, conceitos de identidade, ancestralidade, cartografia e outros processos artísticos similares para execução da vivência prática da cartografia.

Todo o processo realizado na Alemoa será exposto em vídeos divulgados simultaneamente com um minidocumentário no canal da autora da mostra no Youtube (https://youtube.com/channel/UCwCLxVvnIgd7gi0iFT32LfQ).

A exposição é realizada com o apoio da Prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Cultura e da Associação dos Artistas de Santos.

Sobre a autora – Ornella Rodrigues é poeta, fotógrafa, escritora e arte-educadora. Formada em Letras, é pós-graduada em psicopedagia e especializada em Violência Doméstica. Ativista feminista e candomblecista, iniciou sua militância como colaboradora da Casa de Cultura da Mulher Negra de Santos, fundada por Alzira Rufino. Foi voluntária nos núcleos Educafro da Baixada Santista. É autora do livro “Como domar um coração selvagem”, editora Fractal. Dirigiu o Curta Metragem “A rua fala por si”, em parceria com os jornalistas Ailton Martins e Maria Fernanda Portolani, que relata a situação precária que homens e mulheres vivem nas ruas da Bacia do Mercado em Santos. Atuou como arte-educadora na Secretaria de Assistência Social de Santos, nos serviços de convivência em bairros da Zona Noroeste.

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