AÉCIO FALA EM ENTREVISTA SOBRE CIDADE ADMINISTRATIVA

Voltando um pouco no tempo, a Cidade Administrativa não foi uma obra ao acaso. Na verdade, ela era apontada no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado, que era um plano para os próximos 30 anos em Minas Gerais, concebido com a participação das universidades, de empresários e da sociedade organizada. Somado a isso, existia a necessidade de se criar um vetor de desenvolvimento para a região Norte da nossa capital, que era a região mais desaquecida economicamente. Buscamos conceber um projeto que pudesse trazer uma economia estrutural e permanente para o Estado. E em apenas oito anos, e esses são os últimos dados que eu tenho, a economia gerada com a construção da Cidade Administrativa, além da eficiência para o atendimento ao público, no oferecimento de serviços públicos, já chegava a mais de 80% daquilo que foi investido.

Nenhuma outra obra, e quero deixar isso atestado e registrado, nenhuma obra na história deste Estado, foi feita com tanta transparência e com tanto zelo. A Codemig, empresa responsável pela construção, contratou uma auditoria independente, desde o início das obras, para acompanhar cada etapa. Os editais de licitação, estes que agora, para surpresa de todos, e a meu ver de forma inclusive ilegal, está sendo dito que houve direcionamentos, eles foram submetidos ao Ministério Público à época e ao Tribunal de Contas do Estado e não apresentaram qualquer objeção. Ao contrário, elogiaram aquilo que estava sendo feito.

A obra foi descentralizada. Não se contratou uma empresa para fazer toda a obra. Aí sim poderia se falar em benefício. Foram inúmeras as empresas contratadas. E quero chamar a atenção para um dado. Quando se faz uma obra pública, você tem, por lei, a possibilidade de fazer um aditivo de até 25% no valor contratado e nem isso foi feito. Como se falar em superfaturamento e em benefício se as empresas entraram inclusive na Justiça contra o Estado e perderam. Tudo está documentado, exatamente porque o Estado não permitiu que fossem feitos aditivos.

A obra foi entregue no prazo, os benefícios são hoje compartilhados pelos servidores de Minas Gerais. São compartilhados pela sociedade mineira. Tínhamos mais de 100 imóveis alugados em péssimo estado recebendo os vários órgãos da administração pública. Hoje um exemplo de Minas Gerais virou referência para o Brasil. E eu lamento a precipitação de um delegado, talvez conhecendo superficialmente o caso, que não se preocupou em ouvir ou em dar valor ao depoimento de inúmeros participantes da obra que afirmaram categoricamente que não houve qualquer irregularidade. Então, depois de dez anos, uma obra que jamais foi contestada, a não ser pela oposição política ao governo, que não queria a Cidade Administrativa e não queria o Proacesso, que ligou todas as cidades de Minas ao asfalto. Não houve nenhuma contestação a nenhuma das obras do nosso governo. Foram mais de R$ 40 bilhões investidos e não houve nenhuma contestação. Agora surge essa com base na delação de um funcionário de uma empresa entre dez que participaram da obra e isso vira essa exploração toda.

Estou muito sereno, muito tranquilo. Mais uma vez, a verdade vai prevalecer por inúmeras as pessoas que participaram deste processo. Inclusive é um desrespeito a elas dizer que uma obra com dez empresas participando, de forma transparente, auditada permanentemente, com acompanhamento de empresa independente, possa ter tido qualquer tipo de ilegalidade.

Também todas as contas do sr. enquanto governador do Estado foram aprovadas devidamente pelo Tribunal de Contas e órgãos responsáveis. O sr. se tornou uma vidraça que parece que a cada momento cresce mais e mais, tentando imputar ao sr. de devaneios de uma outra delação de algum marginal que está lá se preparando para se livrar.

Fizemos um governo em Minas Gerais, me permita aqui sem falsa modéstia, até porque não foi uma obra isolada, mas de muitas pessoas, foi um governo de resultados extraordinários. Isso me levou a ser o candidato das oposições à época à Presidência da República. E é óbvio que no momento em que o PT passa a responder por inúmeros desvios, atos pouco republicanos, na outra ponta estava o Aécio que era o candidato da oposição. As acusações que fizeram contra mim de lá pra cá são exatamente as mesmas desde aquela época, com alguns delatores em troca dos seus benefícios pessoais, falam: não, aquela ajuda que nós demos para a campanha eleitoral é porque lá na frente íamos ter algum beneficio. Meu Deus, se eles não tiveram até aqui iam ter lá na frente? Não.

É preciso que as pessoas lembrem que, até o ano de 2016, as campanhas eleitorais eram financiadas, segundo a lei, com recursos de pessoas jurídicas. Isso era a lei que vigorava no Brasil 20 anos antes. As empresas participando das campanhas eleitorais era algo absolutamente normal. Veja bem: eu era a oposição ao governo do PT. Não tinha nada, absolutamente nada que pudesse oferecer a quem quer que fosse. E jamais faria isso mesmo se tivesse. E os depoimentos ignorados, lamentavelmente, inclusive nesse caso da Cidade Administrativa, de inúmeros empresários, representantes de inúmeras empresas que participaram da obra atestando a legalidade e a correção, foram simplesmente ignorados. Pega-se um depoimento, sem qualquer comprovação, de um cidadão que eu não conheço pessoalmente para dizer: não, demos uma ajuda para a campanha eleitoral porque ficamos com uma parte da obra.

Olha, naquela época as pessoas faziam fila para ajudar nossas campanhas eleitorais porque significávamos um projeto para o país, um projeto de ruptura com aquilo que estava acontecendo no Brasil. Então, é lamentável as coisas sejam feitas de forma precipitada e ilegal. Para se ter uma ideia, estou lendo como você na imprensa essa acusação. Sequer acesso a ela tivemos.

É óbvio que atacar o Aécio dá notícias para alguns. Mas nessa hora, mas do que nunca, é preciso serenidade. Continuo fazendo o meu trabalho. Estamos fazendo um esforço enorme para atender os estados e municípios brasileiros nesse momento gravíssimo pelo qual estamos passando.

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