Cia Tribus leva arte circense para indígenas de São Vicente

Premiada pelo ProAC, iniciativa ocorre neste domingo (02/11)

O projeto “Equilibrando, do Picadeiro à Periferia” está de volta à Baixada Santista e no próximo domingo atenderá um público especial: crianças e adolescentes da aldeia indígena Paranapuã, em São Vicente. Além deste público diferenciado, o projeto leva a arte circense para áreas periféricas de Praia Grande, Itanhaém e Peruíbe. A expectativa é atender cerca de 700 crianças das quatro cidades até domingo (2).

A iniciativa é desenvolvida pela Cia de Arte Tribus e integra uma série de 16 eventos socioculturais realizados ao longo de oito meses, trazendo uma proposta inovadora de atividades circenses voltadas para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, com aulas de malabares, acrobacias, entre outras. O projeto foi contemplado com o primeiro lugar no edital do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (ProAC), na categoria de fomento cultural para periferias.

Indígenas – O projeto já esteve em várias ONGs e escolas da região. Na edição de agosto, esteve também na aldeia indígena Tekoa Mirim, em Praia Grande, e agora estará na aldeia de indígenas Guarani, situada dentro do Parque Estadual Xixová-Japuí, na Praia de Paranapuã, em São Vicente. “É uma grande experiência, tanto para nós quanto para eles. Ao invés de trazer os  indígenas para nosso ambiente, vamos até eles para construir o universo circense dentro do seu mundo. Queremos envolvê-los e dar oportunidade para que vivenciem e experimentem o circo”, afirmou o produtor do projeto, Gustavo Rolim.

Programação – Nesta sexta-feira (31), a ação será desenvolvida em Itanhaém, das 10 às 14h, na Associação Moradores de Guarapiranga, com apoio do Rotary Club.  No sábado (1) será a vez de Peruíbe receber o projeto, que ocorrerá no Instituto Semeando Sorrisos, das 12 às 16h e no domingo (2), o evento será na aldeia Paranapuã.  O projeto também esteve em Praia Grande, na quinta-feira (30), atendendo os estudantes da EM Maria de Lourdes Santos.

A iniciativa inclui oficinas de acrobacia aérea, equilíbrio de objetos, acrobacia de solo e confecção de equipamentos de malabares com materiais recicláveis — tudo com foco na inclusão, sustentabilidade e desenvolvimento de habilidades motoras e sociais. O evento culmina num show com vários números de circo aéreo, malabares, acrobacias e performances humorísticas, envolvendo artistas com diferentes experiências e nacionalidades. A ação também conta com uma roda de conversa sobre o  universo circense, formação profissional e desafios da carreira artística.

Vale destacar que as atividades são pensadas para serem acessíveis e inclusivas, com suporte de monitores especializados, intérpretes de LIBRAS e equipamentos ajustáveis, garantindo a participação de todos, inclusive pessoas com neurodiversidade e deficiências. “O objetivo é democratizar o acesso às artes circenses, promovendo a experimentação, o aprendizado e a valorização dessa expressão cultural”, destaca Gustavo Rolim. “A magia do circo vai além do entretenimento; ela é uma ferramenta poderosa de inclusão, resistência e superação. Nosso objetivo é envolver os participantes de forma que eles possam levar essa experiência para suas vidas, inspirando mudanças positivas na comunidade. A ideia é  levá-los a descobrirem suas potencialidades e a se tornarem agentes de transformação social através da arte”.

Segundo ele, o projeto reafirma o compromisso da Cia Tribus de usar a arte como ferramenta de inclusão e educação, promovendo o acesso às expressões culturais em áreas onde a vulnerabilidade social é mais presente.

Projeto na região – Com um total de 16 eventos planejados na região, o “Equilibrando, do Picadeiro à Periferia” leva cultura às áreas periféricas, mostrando que o circo é uma arte acessível e transformadora. A escolha das áreas está alinhada com o trabalho que a Companhia de Artes Tribus realiza há mais de uma década na região.

Tribus – Organização sem fins lucrativos criada em 2004, a Companhia de Artes Tribus atua nas áreas artística, cultural, social e humanitária e já levou seu trabalho para mais de 20 países de vários continentes. No Brasil já esteve em quase todos os Estados, desenvolvendo projetos que visam contribuir com a formação de crianças e adolescentes, e promoção de acessibilidade cultural para pessoas de todas as idades. Participou de grandes eventos, como Olimpíadas Rio 2016, Copa do Mundo 2014, Olimpíadas de Pequim 2008 e Jogos Pan-americanos 2007, como parte oficial do entretenimento dentro das arenas de competição. Entre seus projetos de destaque estão o “É Hora de Artes”, que atingiu mais de 50 mil crianças e foi premiado em Doha no Qatar, durante no WPC World Petroleum Congress.

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