Representantes da Chapa 1 nas eleições sindicais avaliam a revalorização dos servidores de Praia Grande

A partir do mês de julho os servidores municipais de Praia Grande receberão uma significativa revalorização salarial. Para avaliar a situação, o R8 entrevistou, com exclusividade, três das mais importantes lideranças do funcionalismo. Givanildo Berto da Silva, o Gil; José Augusto Guimarães Lima, o Zezé e Getúlio de Matos. Além de apresentaram números e tabelas explicando vários pontos sobre os ganhos da categoria, os três líderes emitiram opinião sobre a atitude de algumas pessoas que tentaram aparecer como “pais da revalorização”,

 

R8 – Gil, qual a sua avaliação quanto à revalorização salarial recentemente aprovada pela Câmara?

Gil – É inegável que atende reivindicações históricas. Em alguns casos, o reajuste passa dos 19%, o que somado aos 3% de maio, ultrapassam a casa dos 22%. E é bom lembrar que, em se tratando de proposta elaborada pelo Mourão, não há perigo de haver desequilíbrios a ponto de, amanhã ou daqui dois anos, os salários serem pagos com atraso, assim como acontece em boa parte das cidades.

R8 – Zezé, Quando o Prefeito Mourão, após reunião com o Sindicato, anunciou o projeto de revalorização salarial para o funcionalismo, rapidamente, algumas pessoas usaram as redes sociais para se autoproclamarem “pais da criança”. O que você tem a dizer?

Zezé – O autor do projeto é o prefeito. Imaginar que, após uma única reunião de pouco mais de uma hora, um ocupante do cargo de trabalhador, outro servente e um agente administrativo teriam discutido com a profundidade devida questões como a revisão do plano de carreiras da GCM e a concessão de reajustes de 19% para setores do funcionalismo é, no mínimo, não entender como funciona a lógica daqueles que estão no comando cidade desde 1993 ou sequer compreender como funciona a estrutura administrativa.

R8 – Getúlio, como você avalia toda essa situação?

Getúlio – O Gil e o Zezé foram muito polidos e singelos nas respostas (risos). Concordo com o Gil quando diz que não há perigo de haver desequilíbrio que cause atraso no pagamento futuramente. Lido com o prefeito Mourão desde início dos anos de 1990, quando ele ainda era presidente da Câmara; quando se trata de gestão de recursos ele não dá passo maior que a perna. Também concordo com o Zezé, e sendo menos educado, se o autor do projeto é o “pai da criança”, só há um lugar vago, que é o de “mãe”. Quem realmente trabalha por esses objetivos ao longo de anos? A vereadora Janaína Ballaris que com certeza é uma, deu um testemunho importantíssimo na Tribuna da Câmara afirmando ter pegado a Pauta de Reivindicações das mãos do Gil em 2013. Se você ouvir os áudios ou ler os textos onde integrantes da “comissão” chamavam o prefeito de ditador e os interventores de vendidos para o Mourão após a única reunião, fica evidente que aquele grupo não tive participação efetiva. Portanto, tentar inventar um fato que não se sustenta, é egocentrismo de alguns, demonstração de falta de caráter de outros e sinal de inocência de uns tantos.

R8 – Mas Getúlio, ainda sobre essa questão, o que aconteceu?

Getúlio – Os interventores erram. Na condição de gestores da entidade, deveria ter convocado uma assembleia, como prevê o Estatuto da Entidade. Ao invés disso, tentaram legitimar um grupo escolhido numa reunião extraoficial, realizada no quintal da residência de um membro da chapa de oposição, onde compareceram cerca de 12 pessoas, ou seja, cerca de 0,1% do funcionalismo. Existe uma história canadense, em que um tronco de árvore, que serve de residência para uma colônia de cupins, cai no rio. Enquanto o tronco desde o rio, os cupins brigam entre si, pensando que estão no comando do tronco. Para você ter uma ideia, um membro dessa dita comissão excluiu, unilateralmente, uma integrante sob a alegação de que ela, uma servidora que tem uma bela e honesta história dentro do funcionalismo, tinha um “relacionamento” com um vereador da base do Governo. Veja se isso tem cabimento?! O que realmente importa é que os mais de 70 cargos foram beneficiados, mais de 9 mil pais e mães de família que a partir desse mês terão mais dinheiro para levar mais alimento para suas casas.

R8 – Pegando daí, Gil, quais os cargos atendidos pela revalorização?

Gil – Foram 76 cargos na verdade, incluindo atendente de educação I, servente, servente I, servente II, pedreiro, carpinteiro, pintor, agente administrativo, agente de trânsito, trabalhador, agente comunitário da saúde, de endemias, entre muitos outros. Todos são importantes (apresentando tabelas com cargos e salários). Durante anos reivindicamos a regularização da situação dos atendentes de educação I. De janeiro a maio, quando ocorre nosso reajuste, o salário base delas era inferior ao salário mínimo. Para se ter uma ideia, em janeiro de 2008 o salário mínimo era R$ 415,00 e o salário base dos atendentes I, R$ 409,61. Nossa assessoria fez a comparação. De 2008 a 2018 a inflação acumulada é de 82,27%, já o salário base dos atendentes I evoluiu 168,55%, ou seja, mais de 100% acima da inflação acumulada, considerando que o vencimento base passa a ser R$ 1100,00.

R8 – Quais outros casos você pode mencionar?

Gil – Os Agentes Administrativos. Em 2008 eles recebiam R$ 691,92 e agora R$ 1.800,00. A diferença de 2017 para 2018 é de 21,30% e são 160,15% de reajustes acumulados. Veja o caso dos trabalhadores. Em 2008 ganhavam de salário base de R$ 461,60 e nesse mês passam a ganhar R$ 1.440,00. É importante frisar que esses números mostram uma evolução constante ao longo dos últimos 10 anos. Não quer dizer que nenhum desses cargos está ganhando muito, é a prova de que há um crescimento, uma evolução contínua. Hoje, especialmente no que se refere ao gasto salarial no serviço público, é preciso plantar, regar, cuidar, deixar crescer para só então colher. O noticiário esta cheio de cidades que não fizeram isso e, em pleno meio do mês de julho de 2018, ainda não pagaram o 13º salário de 2017.

R8 – Zezé, você trabalhou muitos anos no Instituto de Previdência, os aposentados também receberão essa revalorização?

Zezé – Claro! O Sindicato sempre fez questão de que todos os benefícios conquistados para os ativos sejam estendidos para os inativos e, especialmente, o prefeito Mourão sempre se mostrou sensível isso. É importante destacar que a elevação do salário base tem um impacto ainda mais positivo quando se trata de servidor com 15 ou 20 anos de serviço. A soma do salário base, mais benefícios formam a remuneração. Vamos pegar como exemplo um trabalhador que tenha 20 anos de serviço. São R$ 1.440,00 de salário base, mais R$ 288,00 pelos quatro quinquênios, R$ 211,92 da 1/6 do salário base e mais R$ 220,00 do adicional de insalubridade. Nesse caso o salário bruto atinge R$ 2.188,00. Vamos comparar a mesma situação no ano passado? Salário base, R$ 1.271,56; quatro quinquênios, R$ 254,31; a 6ª parte do salário base, R$ 211,92 e o adicional de insalubridade, R$ 187,53. No ano passado esse mesmo trabalhador com 20 anos de serviço ganhava R$ 1.925,32. Você percebe o impacto positivo? Os três benefícios representavam R$ 652,76 no ano passado e agora representarão R$ 748,00. Discutir esses detalhes numa Folha de Pagamento com 12 mil servidores, considerando todas as variáveis, não é coisa que se resolve numa reunião.

R8 – Getúlio, você que é, digamos, mais ácido nas suas respostas (risos), na sua opinião, a “comissão” ajudou ou atrapalhou nesse processo?

Getúlio – Não vejo onde a “comissão” poderia ajudar. Dentro do Poder Público há um processo e isso não é só aqui, em todo lugar há um sistema. Administrar é eleger prioridades analisando possibilidades. Primeiro são levadas as demandas e isso dura algum tempo. Embora tenha fama de autocrata, o prefeito Mourão ouve vários setores do Governo, ele não toma decisão de supetão, nem sob pressão. Tomada a decisão se determina aos setores que façam cálculos e simulações para verificar se aquela decisão é viável, em nosso caso, financeira e para o futuro. Aliás, o Gil me mostrou cópia de um ofício encaminhado ao Sindicato em meados de 2017, onde o setor responsável pelo controle das Despesas com Pessoal, diz que as questões do vale-transporte intermunicipal e dos R$ 300 do vale alimentação seriam tratadas em 2018. Ou seja, numa reuniãozinha, onde não se colocou cálculos na mesa, nem se discutiu formas de alterar a legislação, não vejo como possam ter auxiliado. Apesar disso, tenho a impressão de que, naquele grupo, há pessoas interessantes, que se estiverem dispostas, podem colaborar. O que não dá para aceitar é alguém, e aqui não me refiro a um ex-vereador, integrante da diminuta oposição, que correu para as redes sociais para tentar convencer as pessoas que as telas dos cinemas se abriram e delas saltaram os super-heróis: o Coisa, do Quarteto Fantástico; o Arqueiro Verde e o Deadpool e resolveram tudo. Isso é subestimar a inteligência das pessoas.

R8 – E atrapalhar, a comissão poderia ter atrapalhado?

Getúlio – Também penso que não. Como disse, esse processo já vinha sendo. Imagina se um administrador dinâmico e politico experiente como o Mourão iria “brecar” algo que seu Governo vem trabalhando há tempos por causa de uma comissão escolhida numa reunião extraoficial, de 0,1% da categoria. A estratégia do Executivo foi perfeita. Primeiro anunciou um reajuste de 3%, cumprindo o que determina a Lei, a revisão anual e geral dos salários e depois divulgou o plano que vinha sendo construindo, no mínimo há uns seis meses, com a revalorização, realinhando os salários de 76 cargos, melhorando a vida de 9 mil pessoas.

R8 – Gil, e quando vai acontecer a eleição no Sindicato?

Gil – Está na mão da Dra. Lucimara, juíza da 2ª Vara do Trabalho. Espero que aconteça o mais rápido possível. A categoria, até mesmo os poucos ligados à oposição, já entendeu que a intervenção pedida pelos inimigos do funcionalismo só causou transtorno e prejuízo financeiro para o Sindicato. A despesa com os honorários dos interventores vai bater na casa do meio milhão de reais. A advogada dos opositores entrou com mais de 40 petições após a sentença, tumultuou o processo de tal forma que não houve como realizar o processo eleitoral. Os interventores não tem, na minha opinião, nenhuma culpa, nem mesmo em relação aos honorários. Eles foram chamados aqui e deram o preço pelo serviço, a Justiça autorizou o valor. Então de quem é a culpa por quase meio milhão de reais saírem da cidade e não serem usados em benefício da categoria? Só há uma resposta: Quem pediu durante anos a intervenção. Ou seja, a oposição sindical. Ninguém está mais ansioso do que eu para que a eleição aconteça o mais rápido possível.

Getúlio – Deixa eu dizer uma coisa. Temos conversado muito. Vamos comparar? O que eles têm? Um ex-vereador que durante seu mandato não fez nada em favor do funcionalismo, mas procurou o Gil para pedir apoio para sua reeleição e, como no conseguiu, “virou” oposição. Têm um candidato à presidência cuja má conduta é tão gritante que está cumprindo suspensão de 40 dias; que é presidente de um dos clubes mais tradicionais da várzea da cidade e depois da “cair em suas mãos”, foi rebaixado para a 2ª Divisão. Como o Gil, lembra, a pessoa quer presidir o maior e mais bem estruturado sindicato da região, mas não conseguiu administrar uma maquina de assar frangos. Por outro lado, nós temos um laudo pericial produzido por especialistas de confiança da Justiça que comprova a correção e a honestidade do Gil e da diretoria na gestão da entidade; temos uma estrutura criada que dá assistência em fisioterapia, psicologia, acupuntura, odontologia, funeral etc. Temos um grupo amplo, forte e unido. Nós temos um candidato à presidente que tem limitações? Sim, tem. Mas os defeitos da arrogância, da desonestidade, de tentar colher o que não plantou e de disseminar o ódio, esses defeitos o Gil não tem.

 

 

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