Diante das dificuldades impostas pela reforma trabalhista de 2017, as campanhas salariais precisam ter forte apoio nas bases sindicais, nos locais de trabalho e assembleias. O entendimento, de recente reunião plena da diretoria do sindicato dos trabalhadores em transportes rodoviários de Santos e região, vem sendo praticado neste começo de ano. Desde o início de janeiro, a direção sindical tem panfletado em todos os locais de trabalho das diversas empresas da base territorial de Peruíbe a Bertioga, convocando os trabalhadores para as assembleias.
São 12 mil rodoviários, entre motoristas e demais empregados das empresas de transporte de passageiros urbanos, interurbanos, turismo, fretamento e carga. A assembleia dos trabalhadores da Br Mobilidade e Piracicabana, a maior empresa de transporte coletivo municipal e intermunicipal da baixada santista, em 7 de fevereiro, lotou o sindicato.
Nossa categoria sempre foi muito participativa, diz o presidente Valdir de Souza Pestana, que coordena a campanha salarial. Mas a deste ano está surpreendendo.
Inquietação com entusiasmo : O pessoal está preparado para não admitir a revogação de direitos dos atuais acordos coletivos de trabalho, garante o sindicalista. E está demonstrando isso, com muita clareza, nas assembleias. Pestana consulta permanentemente os diretores sobre o que eles têm sentido em sua respectiva base. Ele anda entusiasmado com os relatos de que os trabalhadores estão dispostos a participar. Tudo que ouvimos leva a crer que será uma das campanhas de data-base mais concorridas de nossa história recente, pondera. Vejo um receio, uma inquietação, mas muita confiança própria.
Esperança e otimismo: Para o vice-presidente do sindicato, José Alberto Torres Simões( Betinho),a preocupação e a incerteza do pessoal sobre o desfecho da campanha é revestida de esperança, otimismo e fé.E não poderia ser diferente, raciocina o sindicalista. Precisamos da convicção e certeza de que é possível fazer uma boa campanha de data-base com muita luta, unidade e harmonia.
Nunca foi fácil: O secretário-geral do sindicato, Eronaldo José de Oliveira (Ferrugem), evoca
sua longa trajetória sindical e sentencia: Só tivemos conquistas por meio de muita luta.Na verdade, as coisas nunca foram fáceis para nós, reclama. Mas hoje, por causa da reforma trabalhista e do desemprego, a situação é pior. Lutaremos, porém, para manter os avanços conquistados. Além da manutenção dos direitos dos atuais acordos, as assembleias têm reivindicado reposição salarial conforme o índice inflacionário de 12 meses e 5% de aumento.
A participação nos lucros ou resultados (plr) correspondente a um salário-base e melhorias em algumas condições de trabalho também estão nas pautas reivindicatórias.
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